Embora portas do Cemitério Muncipal do Água Verde tenham ficado fechadas ao público em geral, cerca de 200 pessoas estavam em frente ao local no momento da chegada do caixão
O sepultamento do corpo da médica pediatra e sanitarista Zilda Arns, que ocorreu por volta das 16h50 deste sábado (16) no Cemitério Municipal do Água Verde, em Curitiba, marcou a última despedida dos familiares à fundadora da Pastoral da Criança. No enterro, Zilda foi lembrada pelo primo de Zilda e bispo prelado de São Félix do Araguaia (MT), Dom Leonardo Steiner, como "um exemplo de mulher e de mãe". A cerimônia foi restrita à família e amigos próximos, e ocorreu quatro dias após a morte da missionária, vítima do terremoto que arrasou o Haiti na última terça-feira (12).
"Doutora Zilda foi uma mulher que deixou um grande legado para a Igreja. Somos gratos por tudo o que ela fez", definiu Steiner. Apesar da restrição à entrada da população em geral, de acordo com a Guarda Municipal, cerca de 200 populares estavam em frente ao cemitério no momento em que o caminhão do Corpo de Bombeiros com o caixão de Zilda chegou. Ainda antes de a urna funerária descer do veículo, o público aplaudiu, em memória à médica. O mesmo gesto havia sido realizado na saída do caixão do Palácio das Araucárias, cerca de 40 minutos antes.
"Mesmo sabendo que o enterro ia ser fechado, fiz questão de vir até aqui para agradecer Zilda, que salvou a vida das minhas duas filhas", disse a diarista Jussara de Lurdes, que ficou no portão do cemitério. "As duas, gêmeas, nasceram prematuras e foram acompanhadas pela doutora Zilda até os 5 anos de idade", conta. Hoje, as filhas de Jussara têm 23 anos.
Oficialmente, a última despedida pública à missionária ocorreu durante a missa de corpo presente, que ocorreu entre as 14h20 e as 15h30. A cerimônia, presidida pelo cardeal e arcebispo primaz do Brasil Dom Geraldo Majela Agnello, foi marcada pela comoção tanto dos estiveram no salão do Palácio das Araucárias, onde ocorreu o missa, como das pessoas que estavam do lado de fora do prédio e assistiram ao culto por meio de telões.
A estimativa da Polícia Militar (PM) é que entre 150 e 200 pessoas tenham acompanhando o culto pelos telões e outras 150 do lado de dentro do Palácio. O velório, por outro lado, contou com uma presença muito maior de admiradores. Entre as 11h20 de sexta-feira (15) e as 13h30 deste sábado, quando a visitação ao caixão foi aberta ao público, mais de 7 mil pessoas estiveram no Palácio das Araucárias, segundo a PM. Diversas autoridades, entre elas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vieram a Curitiba para o último adeus à médica.
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