segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Vandalismo

R$ 1 milhão jogado no lixo

Essa foi a quantia gasta pela prefeitura de Curitiba em 2009 para limpar pichações, trocar vidros de estações-tubo e reparar outros danos causados por vândalos



Curitiba gastou aproximadamente R$ 1 milhão para recuperar parques municipais, estações-tubo e edificações que sofreram atos de vandalismo no ano passado. O valor é aparentemente irrisório se comparado aos cerca de R$ 3,5 bilhões de orçamento previsto para o município neste ano. No entanto, corresponde a 40% do que a Secretaria de Assuntos Metropolitanos deve gastar em 2010. Também é dinheiro suficiente, por exemplo, para concluir as duas fases da revitalização da Rua Riachuelo, que prevê modernização das calçadas, construção de rede subterrânea para cabos e troca de iluminação.


A Secretaria Municipal do Meio Ambiente e a Urbanização de Curitiba (Urbs) são as que mais sofrem com o vandalismo. Em 2009, R$ 215 mil foram gastos para reparar equipamentos e elimar pichações em parques. E R$ 243 mil para trocar vidros das estações-tubo. As pichações, contudo, seguem como principal adversário a ser combatido: R$ 480 mil foram usados para restabelecer a fachada de prédios. Os números não param por aí: aproximadamente 240 placas de trânsito são destruídas todos os meses na capital e, no ano passado, 4 mil luminárias foram trocadas por depredação.

Os valores contemplam apenas o que foi efetivamente gasto. No transporte coletivo, os valores poderiam crescer exponencialmente. Levantamento feito pela Urbs de janeiro a setembro do ano passado mostra que somente a reposição de janelas de ônibus riscadas custaria em torno de R$ 2,2 milhões. Dos 35.492 vidros que precisariam ser trocados, 11.391 foram vandalizados em 2009. As trocas não foram executadas pela administração pública, pois são consideradas como “gasto inútil”: bastaria pôr vidros novos para que ocorressem novas pichações.


O presidente da Urbs, Marcos Isfer, argumenta que as ações depredadoras são significativas porque ultrapassam os interesses meramente econômicos. “O verdadeiro custo do vandalismo é o do medo e o do risco”, diz. “Quando um vândalo joga uma pedra contra um ônibus, ele ameaça a vida de pessoas. Quando picha uma placa de trânsito, cria condições de risco para motoristas, e é isso que precisa ser resolvido com urgência.” Portanto, em muitos casos, uma atitude supostamente inocente (ou até mesmo uma brincadeira) se transforma em perigo real para outros cidadãos.

“Os vândalos são poucos. O problema é que, quando resolvem agir, fazem estragos significativos”, afirma o diretor de Parques e Praças da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Sérgio Tocchio. De acordo com ele, o vandalismo é, em geral, praticado por pequenos grupos, mas há quem atue isoladamente. “Há muitos anos, tivemos um caso notório. Um bêbado quebrou 70 luminárias do Parque Barigui de uma só vez”, conta. Na percepção de quem atua nos parques da cidade, essas atitudes são tomadas, na maior parte das vezes, por pessoas sob efeito de drogas, especialmente o álcool.

Segundo a prefeitura, três tipos de fiscalização são executadas nos parques a fim de evitar a depredação: a permanência da Guarda Municipal (nos parques de maior fluxo, existem módulos); o monitoramento via vídeo de certos equipamentos, como a pista de skate da Praça do Gaúcho e no Parque dos Tropeiros, no Caiuá; e a presença de fiscais, que, apesar de terem apenas a função de orientadores, inibe a ação de marginais. “Os orientadores não têm poder de polícia, mas, ao depararem com alguma irregularidade, chamam a polícia”, diz Tocchio.

No caso do transporte coletivo, a estrutura de fiscalização conta com o apoio da Polícia e ação da Guarda Municipal. Na opinião de Marcos Isfer, porém, só isso não basta. “Precisamos de uma mobilização maior, que envolva a sociedade, o poder público e a iniciativa privada para que possamos acabar de fato com o vandalismo”, diz.

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