quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Arapongas
MPF denuncia prefeito e deputado por tentativa de fraude em eleição
Prefeito Luiz Roberto Pugliese e o deputado estadual Waldyr Pugliesi (foto) são acusados de organizarem um esquema de depoimentos falsos para fraudar eleição municipal de 1996

Depois de ser denunciado por improbidade administrativa pelo Ministério Público estadual, o prefeito de Arapongas, Luiz Roberto Pugliese, é denunciado por falsidade ideológica, uso de documento falso, denunciação caluniosa e falso testemunho. Desta vez, a denúncia foi feita pelo Ministério Público Federal (MPF). Além do prefeito, outras dez pessoas foram denunciadas. O deputado estadual Waldyr Pugliesi (PMDB) também é acusado dos mesmos crimes.

Segundo a assessoria de imprensa do MPF, a denúncia é referente a um esquema que envolveu falsos testemunhos visando a instauração de um processo de recontagem de votos no pleito municipal de 1996. Na eleição, José Aparecido Bisca foi eleito prefeito com 21.342 votos, contra 21.112 do segundo candidato. Conforme o Ministério Público, dias depois da votação “quatro pessoas prestaram declarações falsas afirmando terem testemunhado conversas entre um dos candidatos a prefeito e vice e uma juíza eleitoral, que estariam organizando esquema para fraudar a apuração de votos.”

As quatro testemunhas confirmaram depois que os depoimentos foram fraudados em troca de promessas de bens e oferta de empregos e que o esquema teria sido organizado e posto em prática por Pugliese e pelo deputado Waldyr Pugliesi. O esquema ainda contou com a participação, segundo o MPF, de um comerciante, uma ex-deputada estadual, de um segurança e de três advogados.

Como Pugliese tem foro privilegiado, a denúncia foi encaminhada para o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que notificará os acusados a apresentarem suas defesas e as testemunhas do caso. Depois desta etapa, o Tribunal decidirá se abre ou não processo criminal.

Procurado o deputado Waldyr Pugliesi afirmou que ainda não foi notificado da denúncia e não teria relação nenhuma com esse caso. Segundo ele, todo o processo eleitoral foi tumultuado, mas que “nunca conversou com essas pessoas citadas na acusação”. “Não sei o que essas pessoas falaram em seus depoimentos e não tive conhecimento do que elas apresentaram posteriormente. Também nunca produzi nenhum documento falso. Na verdade nem sei porque meu nome está envolvido nesse processo”, disse.

A reportagem está tentando contato com o prefeito de Arapongas, Luiz Roberto Pugliese.

Penas

Se condenados os acusados responderão aos crimes de: Falsidade ideológica (artigo 299 do Código Penal): detenção de um a cinco anos e multa; Uso de documento falso (artigo 304 do Código Penal): detenção de um a cinco anos e multa; Denunciação caluniosa (artigo 339 do Código Penal): detenção de dois a oito anos e multa; Falso testemunho (artigo 342 do Código Penal): detenção de um a três anos e multa.

fonte www.gazetadopovo.com.br

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