terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Conselho Nacional de Justiça afasta corregedor-geral do TJ do Rio

Processo administrativo disciplinar foi aberto contra Roberto Wider. Ele foi afastado por indícios irregularidades praticadas com cartórios


O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu nesta terça-feira (26) afastar preventivamente o desembargador Roberto Wider, corregedor-geral do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. O afastamento se deve à aprovação, por unanimidade pelo CNJ, do voto do corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp, pela abertura de processo administrativo disciplinar contra o desembargador.


Uma série de reportagens do jornal "O Globo" afirmou que o magistrado teria envolvimento com lobista acusado de cobrar propinas a tabeliães, políticos e empresários em troca de favorecimento em processos judiciais.

O processo administrativo vai aprofundar a inspeção feita pela Corregedoria Nacional de Justiça do CNJ, instaurada no dia 16 de novembro do ano passado, que concluiu haver indícios de possíveis irregularidades em atos praticados por Wider em relação a cartórios extrajudiciais do estado.

Dipp ressaltou também que será designado um conselheiro relator do CNJ para conduzir o processo disciplinar no qual o desembargador terá espaço para aprofundar as teses de sua defesa.

Roberto Wider já havia pedido licença do cargo por 30 dias, em novembro de 2009. Em sua carta ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça, ele informa que o motivo do afastamento são as acusações que vinha sofrendo.

“Assumo, pessoalmente, o constrangimento íntimo, por certo indescritível, para quem dedicou toda uma vida à causa da Justiça, com o único propósito de permitir ao Órgão Especial desta Casa que faça uma completa investigação, livre de qualquer ordem de dificuldade”, dizia o texto.

O documento continua com Wider afirmando que nada deve nem teme e diz: “Repudio, uma vez mais, o teor insano e calunioso dessas reportagens com minha máxima veemência e desassombro”. No texto, Wider afirma ainda que apresentou ao Ministério Público uma representação contra os autores das reportagens.


Nenhum comentário:

Postar um comentário